Temporal provoca destelhamentos de casas e ruas enlameadas, levando prejuízos e transtornos para moradores e comerciantes. Meteorologista al...
Temporal provoca destelhamentos de casas e ruas enlameadas, levando prejuízos e transtornos para moradores e comerciantes. Meteorologista alerta que as precipitações devem continuar com ventania e relâmpagos

Na 716 Norte, uma obra de revitalização do estacionamento dificulta o trânsito de pedestres e veículos por conta da lama - (crédito: Ed Alves/CB)
Na QS 16 do Riacho Fundo II, a secretária Marizete Cerqueira, 53 anos, relatou que nunca havia enfrentado uma tempestade tão intensa como a de domingo. Na hora da chuva, ela não estava em casa — apenas a filha e o noivo, que telefonaram desesperados. "Eles disseram que estava caindo tudo. As telhas do quarto despencaram e a água começou a entrar", contou. Parte da cobertura da garagem cedeu e atingiu o carro estacionado, quebrando o vidro e amassando a lataria. "Foi desesperador, porque a gente nunca espera uma coisa dessas", lamentou.
Apesar dos prejuízos, para Marizete o mais importante é que ninguém se feriu. "Entre cacos e telhas, restaram as vidas. Isso é o mais importante", afirmou. Com a previsão de mais chuva para a semana, o receio permanece. "O coração fica apertado, com medo que a situação se repita. Ainda mais agora, que o telhado já está fragilizado e nós, também", comentou Marizete, preocupada.
Na QS 14, a monitora escolar Queren Hapuque, 40, tenta contabilizar os prejuízos causados pelo temporal. Ela contou que, no momento da chuva, o marido estava sozinho em casa. "Ele me ligou desesperado contando que a chuva e o vento tinham arrancado todo o telhado do segundo andar", relembrou. "Molhou tudo. Estragou os colchões, os guarda-roupas e a televisão. Passamos a noite toda sem cobertura, com a água entrando sem parar. Tivemos de dormir na sala, que fica na parte de baixo", relatou.
Segundo ela, com a chuva contínua e o comércio fechado, no domingo, não havia onde buscar ajuda. Só na manhã de ontem, o proprietário do imóvel levou os filhos para auxiliar na troca das telhas e tentar recuperar parte do que foi perdido. "Ele se disponibilizou a vir ajudar, pois não sabíamos o que fazer. Até porque a chuva ainda não parou, e já perdemos tudo lá em cima", lamentou.
O aposentado Nildomar Morais, 62, também teve parte do telhado arrancado pela força do vento. De acordo com ele, ao chegar em casa, encontrou a água escorrendo pela sala e pela área externa. "Foi uma chuva devastadora", comentou. Morais e a esposa passaram a noite retirando a água com rodos, temendo que o forro de gesso cedesse. Apesar dos danos, a família não perdeu móveis nem eletrodomésticos. A administração regional enviou uma equipe e instalou telhas provisórias para evitar novos alagamentos. "Graças a Deus está sendo resolvido", disse Morais.
Lama no comércio
Na Asa Norte, a situação se agravou para os comerciantes na manhã de ontem. Na 716 Norte, uma obra de revitalização do estacionamento em frente a um complexo comercial dificulta o trânsito de pedestres e veículos por conta da lama. Fernanda Nicolau, 25 anos, relata que, desde o início das obras, o trecho em frente ao local onde trabalha permanece tomado pelo barro. Com as chuvas dos últimos dias, o transtorno se intensificou e passou a afetar o movimento do estúdio de beleza onde atua.
"Os carros atolam, não dá para estacionar, e as clientes acabam desistindo. A gente perde os atendimentos, têm dificuldade para vir trabalhar e voltar para casa. É bem complicado", afirmou. A previsão de mais chuva nesta semana preocupa, mas Fernanda diz que não há alternativa. "Vida que segue. Vamos tentar lidar, orientando as clientes a estacionarem em outro lugar, porque aqui não tem como", acrescentou.
Há 15 anos trabalhando na mesma quadra da Asa Norte, Gleize Poliane, 42, disse que a situação piorou com o início da obra, que deixou o local tomado por lama. "Desde que começaram essa obra, virou uma tempestade aqui na quadra", relatou. A vendedora de uma loja de móveis explicou que, com a chuva de ontem, a entrada do estacionamento ficou bloqueada por carros atolados. "A lama desceu, os carros tentaram passar, e dois logo de manhã ficaram presos. As pessoas não querem nem entrar por causa da lama", reclamou.
O problema não se limita à área externa. De acordo com Gleize, as enxurradas passaram a atingir o subsolo dos prédios, usado como depósito pelos comerciantes. "Perdi muitos colchões. Agora, com essa lama descendo, está ainda pior. A água entra todinha. Ainda não conseguimos ir lá embaixo, mas tenho certeza de que teremos problemas. Toda vez é esse pesadelo", lamenta. Colaborou Luiz Fellipe Alves
Na Asa Norte, a situação se agravou para os comerciantes na manhã de ontem. Na 716 Norte, uma obra de revitalização do estacionamento em frente a um complexo comercial dificulta o trânsito de pedestres e veículos por conta da lama. Fernanda Nicolau, 25 anos, relata que, desde o início das obras, o trecho em frente ao local onde trabalha permanece tomado pelo barro. Com as chuvas dos últimos dias, o transtorno se intensificou e passou a afetar o movimento do estúdio de beleza onde atua.
"Os carros atolam, não dá para estacionar, e as clientes acabam desistindo. A gente perde os atendimentos, têm dificuldade para vir trabalhar e voltar para casa. É bem complicado", afirmou. A previsão de mais chuva nesta semana preocupa, mas Fernanda diz que não há alternativa. "Vida que segue. Vamos tentar lidar, orientando as clientes a estacionarem em outro lugar, porque aqui não tem como", acrescentou.
Há 15 anos trabalhando na mesma quadra da Asa Norte, Gleize Poliane, 42, disse que a situação piorou com o início da obra, que deixou o local tomado por lama. "Desde que começaram essa obra, virou uma tempestade aqui na quadra", relatou. A vendedora de uma loja de móveis explicou que, com a chuva de ontem, a entrada do estacionamento ficou bloqueada por carros atolados. "A lama desceu, os carros tentaram passar, e dois logo de manhã ficaram presos. As pessoas não querem nem entrar por causa da lama", reclamou.
O problema não se limita à área externa. De acordo com Gleize, as enxurradas passaram a atingir o subsolo dos prédios, usado como depósito pelos comerciantes. "Perdi muitos colchões. Agora, com essa lama descendo, está ainda pior. A água entra todinha. Ainda não conseguimos ir lá embaixo, mas tenho certeza de que teremos problemas. Toda vez é esse pesadelo", lamenta. Colaborou Luiz Fellipe Alves
COMO SE PROTEGER
Antes da chuva
- Acompanhe a previsão do tempo;
- Evite deslocamentos desnecessários em áreas com histórico de alagamento;
- Revise calhas e ralos;
- Mantenha documentos, medicamentos e aparelhos essenciais em locais elevados;
- Planeje rotas alternativas e informe familiares sobre seu deslocamento.
Durante a chuva
- Não enfrente alagamentos a pé ou em veículo. Busque rotas mais altas e seguras;
- Ao ouvir trovões, procure abrigo em construção fechada ou veículo;
- Evite árvores isoladas, campos abertos, água, estruturas metálicas e uso de aparelhos ligados à rede elétrica;
- Mantenha-se afastado de postes inclinados, fiação caída e áreas com risco de deslizamento de taludes/barrancos.
- Em casa, desligue aparelhos da tomada, feche portas/janelas e evite contato com água encanada durante tempestades severas.
No trânsito
- Reduza a velocidade, aumente a distância do veículo à frente e mantenha faróis baixos acesos;
- Em pista com lâmina d’água, evite frenagem brusca. Tire o pé do acelerador e mantenha o volante firme.
- Se o motor apagar em área alagada, abandone o veículo com segurança e busque um ponto alto.
Em áreas de rios e cachoeiras
- Deixe o local ao perceber aumento rápido do nível, água turva, galhos/espuma descendo ou mudança brusca do tempo nas cabeceiras (cabeça d’água).
- Nunca tente atravessar correnteza.
ONDE PROCURAR AJUDA?
— Acione imediatamente o 193 (CBMDF) para resgate e orientação.
— Havendo risco estrutural, deslizamento ou famílias desalojadas, acione também a Defesa Civil (199).
QUEDA DE ÁRVORES
As chuvas intensas acompanhadas por ventos fortes provocaram diversas quedas de árvores no Distrito Federal entre domingo e a manhã de segunda-feira. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), ao menos três ocorrências foram registradas em diferentes regiões administrativas. No Riacho Fundo II, por volta das 17h de domingo, uma árvore de grande porte caiu no estacionamento da QS 16, atingindo dois veículos e bloqueando parte da via. Os militares precisaram realizar o corte da árvore para liberar o trânsito e permitir o acesso aos carros danificados.
Na Asa Sul, na quadra SQS 113, uma árvore de médio porte caiu sobre três carros estacionados na manhã de segunda-feira. Apesar da intensa movimentação da área, ninguém ficou ferido. No mesmo dia, em Taguatinga Norte, outra árvore de grande porte tombou sobre uma casa na QNJ 18, próximo à Escola Classe 29. Os bombeiros removeram os galhos que atingiram o telhado e o muro da casa, também sem feridos. Em todas as ocorrências, houve apenas danos materiais.
Previsão para a semana
Segundo Olívio Bahia, meteorologista do Inmet, a semana será marcada por tempo úmido e quente. "Continuamos com esse padrão e com chance de chuvas, podendo ter a volta de chuvas fortes", disse. Ele também afirma que o período de chuva permanece até o mês de abril. "É bom ficar atento. É comum as chuvas virem acompanhadas com raios e rajadas de ventos que provocam quedas de galhos, árvores, interrupção no fornecimento de energia e todo o transtorno do período chuvoso", afirmou.
Nenhum comentário