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OUTRA PANDEMIA

Por José Gurgel, jornalista do Caixa Petra Em um estudo inédito realizado por conta da pandemia de covid-19, a Oxfam International adverti...



Por José Gurgel, jornalista do Caixa Petra
Em um estudo inédito realizado por conta da pandemia de covid-19, a Oxfam International advertiu sobre o aumento da fome no planeta, à medida que o novo coronavírus lança milhões de pessoas na pobreza extrema. De acordo com dados da organização não governamental britânica, divulgados na noite de ontem, a Covid-19 “jogou lenha à fogueira” de uma crise alimentar que vinha se acirrando nos últimos anos. Pelas estimativas da Oxfam, até o fim de 2020, entre 6,1 mil e 12,2 mil pessoas poderão morrer diariamente de fome em decorrência dos impactos socioeconômicos da pandemia. Os dados emitem um alerta global e direcionado ao Brasil, que corre o risco de voltar ao mapa da fome. Fundada em 1942, a Oxfam atua em mais de 90 países.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) — agência da Organização das Nações Unidas (ONU) — estima que 270 milhões de pessoas estarão em situação de crise de fome antes do fim do ano. O número representa um aumento de 82% em relação ao registrado em 2019, devido à pandemia. No ano passado, 821 milhões de pessoas sofriam de insegurança alimentar no mundo, das quais 149 milhões estavam em situação de crise de fome ou pior. 

Os dados da ONU estimam uma média diária de 25 mil pessoas mortas pela fome em 2018. Com a previsão da Oxfam de mortes adicionais provocadas pela Covid-19, o volume médio de perdas diárias de vidas para a fome crescerá até 50% neste ano.
A entidade ressalta que há países e regiões de renda média que enfrentam riscos de alta na incidência da fome. É o caso de Índia, África do Sul e Brasil, que apresentam números crescentes de pessoas que estão sendo empurradas pela pandemia para situação de fome. A Oxfam destacou que até mesmo nações desenvolvidas não estão imunes. “Dados do governo do Reino Unido mostram que, nas primeiras semanas de lockdown no país, cerca de 7,7 milhões de adultos foram obrigados a reduzir o tamanho das suas refeições ou pular refeições, e até 3,7 milhões precisaram recorrer à comida de caridade ou a um banco de alimentos.”

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