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PM sabia que haveria ataque ao Supremo e não fez nada, diz Ibaneis

PM sabia que haveria ataque ao Supremo e não fez nada, diz Ibaneis O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse em entrevi...



PM sabia que haveria ataque ao Supremo e não fez nada, diz Ibaneis

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que a Polícia Militar sabia do risco de ataque ao STF (Supremo Tribunal Federal) e que, mesmo assim, não atuou para impedi-lo. Após o episódio, a decisão do emedebista foi de demitir o subcomandante da polícia, Sérgio Luiz Ferreira de Souza

No último sábado (13.jun.2020), agentes de fiscalização do DF fizeram o desmonte de acampamentos do grupo “300 do Brasil” e de produtores rurais, que estavam montados entre os anexos da Esplanada dos Ministérios.
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Segundo Ibaneis, no momento do desmonte a Polícia Militar do DF já sabia que o grupo preparava 1 ataque à sede do Supremo. Por isso, segundo ele, foi determinado o fechamento da Esplanada dos Ministérios no domingo (15.jun.2020), mas o ato acabou sendo feito no sábado (16.jun) à noite.

“Tivemos as informações de que no tal acampamento dos 300 estava sendo preparado com armamentos, com outros tipos de munições, 1 ataque a instituições da República, como de fato ocorreu no sábado no Supremo. Por isso, o fechamento. O que estava se colocando ali era 1 ataque muito claro aos Poderes da República, em especial ao STF, por isso a decisão de fechamento.”

Para Ibaneis, a polícia deveria ter previsto que 1 ato em resposta ao desmonte seria feito antes de domingo.

“Acho [que teve inação da polícia], tanto que exonerei o subcomandante. Porque se ele já tinha informações de que iria acontecer aquilo, eles deveriam ter proibido que esses meliantes estivessem lá. No momento da desmobilização do acampamento, ele sabia que isso ia acontecer. Por isso o subcomandante foi exonerado”, afirmou.

Nessa 3ª feira (16.jun.2020), Ibaneis voltou a fechar a Esplanada dos Ministérios, até a noite desta 4ª feira (17.jul), após identificar novas ameaças.
DESENTENDIMENTO COM JORNALISTA

Segundo a Folha, durante a entrevista Ibaneis interrompeu a repórter Julia Chaib e tomou o celular da repórter. Na ocasião o governador havia sido indagado sobre se ele havia chegado a pedir para Bolsonaro não participar de manifestações contra o Congresso e o STF.

Após ele responder que não tinha o direito de pedir nada, a jornalista questionou se Ibaneis avaliava que Bolsonaro deveria ter se manifestado sobre o ato. Em seguida, o governador teria tomado o seu celular.

Eis o diálogo disponibilizado pela Folha:
Repórter: O sr. chegou a pedir que o presidente não participe mais de manifestações?

Ibaneis: Eu não pedi nada. Eu não tenho direito de fazer isso com ele não. Ele é livre. Ele vai participar de quantas manifestações ele quiser. Ele vai andar pelas ruas dessa cidade com toda tranquilidade.

Repórter: O sr. acha que ele deveria ter se manifestado… [a pergunta seria se Bolsonaro deveria ter se manifestado sobre o ataque ao Supremo. Neste momento, o governador pega o telefone da repórter

Ibaneis: Você está muito, olha, muito no ‘acho’. Eu não respondo no acho. Não adianta, porque essa entrevista não está dada, porque eu não estou aqui para achar. Você está achando.

Repórter: Mas o celular é meu…

Ibaneis: ‘Você está achando’. Você vai apagar a entrevista e acabou.

Repórter:
Não, governador, a gente está conversando.

Ibaneis: Não estamos conversando. Você está querendo que eu ache. Eu não estou aqui para achar.

Repórter: Eu não estou querendo. Estou aqui para perguntar a sua opinião, a opinião do governador.

Ibaneis: Por favor, eu não estou aqui para lhe dar opinião, estou aqui para dar a entrevista.

Repórter: Mas é o que estou fazendo, estou perguntando e o sr. está respondendo.

Ibaneis: O governador sai andando com o celular da Folha Você vai abrir isso aqui e vai apagar.

Repórter: Governador, por que eu vou apagar a entrevista?

Ibaneis: Porque eu não estou aqui para achar.

Repórter: Nós estamos tendo uma conversa. O sr. é o governador do DF.

Ibaneis: Vamos acabar com isso.

Assessor: O sr. tem o direito de não dar a entrevista.

Ibaneis: Eu não vou dar. E essa entrevista não está dada e eu quero que ela seja apagada. Tá, agora posso conversar com o sr. Eu vou tirar ela do gravador e vamos conversar. Eu não quero conversar com você. Por favor, tchau.

Assessora: Você pode apagar a entrevista?
Ibaneis: Não estou aqui para achar, eu sou governador, estou aqui para decidir.

Segundo a Folha, em seguida, Ibaneis devolveu. Depois, o governador participou de uma agenda. Quando acabou, o chamou a reportagem, pediu desculpas, e a conversa foi retomada.

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