Subsecretário de Vigilância à Saúde: 'Estamos acompanhando a curva' - NOTÍCIAS DO DF

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Subsecretário de Vigilância à Saúde: 'Estamos acompanhando a curva'

Ao Correio, Eduardo Hage fala sobre a situação da pandemia da covid-19 no Distrito Federal A pandemia trouxe muitos desafios à atual gestã...


Ao Correio, Eduardo Hage fala sobre a situação da pandemia da covid-19 no Distrito Federal
A pandemia trouxe muitos desafios à atual gestão do Distrito Federal. Entre eles, o monitoramento constante da evolução do número de infectados pelo novo coronavírus. 
Segundo o subsecretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Hage, apenas com uma análise constante é possível ter controle das necessidades na área da saúde durante o período, além da obtenção de mais leitos nas unidades. “Nós estamos acompanhando a curva de evolução dos casos e mantendo o ritmo de entrega (de leitos) proporcional ao número de infectados”, explica o infectologista. Devido à complexidade e particularidades das regiões, Hage não acredita na adoção de um lockdown para todo o Distrito Federal. “É impossível e, a meu ver, seria inócuo, porque o que nós temos que assegurar é que as pessoas adotem as medidas de proteção quando precisem sair, e que fiquem em casa, se puderem. Além disso, que usem máscaras, álcool em gel e façam distanciamento social. Essas são atitudes mais importantes do que um lockdown geral”, aponta.
Hoje, qual a situação do nosso sistema de saúde em relação a leitos e insumos?
Nós estamos acompanhando a curva de evolução dos casos, incluindo os mais críticos, que necessitam de internação. Por isso que vem se mantendo, nas últimas semanas, uma taxa de ocupação entre 50% e 60% dos leitos. Na mesma medida que se tem aumentado o número de casos, o crescimento da capacidade de atendimento também está ampliado. Claro que o ideal era termos uma quantidade de leitos como tínhamos no início da pandemia, mas devido a vários fatores, de grande demanda, o ritmo de entrega tem sido proporcional ao número de infectados. A expectativa é de que continue assim. 
Essa semana serão instalados mais leitos.
Mesmo com a chegada de equipamentos e abertura de novos leitos, há profissionais e insumos suficientes para que eles funcionem efetivamente?
Sim, nós fizemos algumas contratações por concurso, para contratação temporária. Essa semana houve uma nova contratação de profissionais, que foram rapidamente incorporados. Em uma situação de pandemia, a velocidade em que ela ocorre, não é possível atingir uma quantidade que seria ideal, então é necessário fazer adaptações necessárias a essa ampliação. Como os estados têm passado por fases diferentes da pandemia, há uma migração de profissionais dos locais que já passaram pelo pico.
Qual a previsão para a chegada do pico?É natural que o período do pico mude de acordo com a evolução da pandemia. A cada semana, nós atualizamos as projeções, por isso, pela análise, a secretaria observou que a previsão mais recente do pico deve estar em torno do próximo fim de semana, no máximo na semana seguinte. Mas, é mais provável que ele já se dê nesta semana que entramos agora. Pelos últimos dados, porém, não há indícios de que vai haver uma explosão de casos, como tem sido registrado até o momento. Na média, essa taxa de crescimento está abaixo de 5%. 
Isso vem se repetindo, pelo menos, há cinco semanas. Essa chegada até o pico tende a aumentar gradualmente e depois voltar a cair, com menor ou maior velocidade, como a exemplo de Manaus. A importância é que, como a rede tem aumentado a capacidade de atendimento gradativamente, com a chegada do pico, será possível atender a todos os casos.
As medidas de flexibilização tiveram impacto no crescimento de casos?
Em princípio, pelo que nós temos analisado, parece que não há essa relação linear com o crescimento de casos. Esse aumento diário mantém-se constante, mesmo depois da última abertura do comércio. A gente ainda tem que entender alguns fatores que não estão muito claros, e que se você observar em algumas regiões do DF, como Ceilândia, Estrutural e Sol Nascente, as atividades comerciais já eram intensas, ou seja, há questões que temos de verificar se é possível manter uma taxa de isolamento. O aprendizado nessa pandemia é entender que há diversas formas que a mensagem chega à população, mas que não é uma relação linear; há muitos fatores comportamentais, de renda, emprego, modo de vida da pessoa, e se a gente não entender bem as particularidades de cada um, fica um discurso vazio. Temos que estar abertos em como a população participa desses fatores, como as pessoas adotam as medidas e como aprimorar a comunicação para que os cuidados se tornem um hábito.
O senhor acredita que será necessário fazer lockdown?O lockdown para todo o Distrito Federal é impossível e, a meu ver, seria inócuo, porque o que nós temos que assegurar é que as pessoas adotem as medidas de proteção quando precisam sair, e que fiquem em casa, se puderem. Além disso, que usem máscaras, álcool em gel e façam distanciamento social. Essas são atitudes mais importantes do que um lockdown geral. Claro, se houver algum crescimento fora do padrão em algumas áreas, pode ser uma das medidas adotadas, mas isso seria pontual, como foi feito em Ceilândia, Estrutural e Sol Nascente.

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